Minhas ideias estúpidas


Deixe-me chorar em pânico
Que ao menos assim calo a boca
E dessa maneira, não ouvirás
Minhas ideias estúpidas

E todo santo dia
Pessoas matam pessoas
E respiram, impunes
Nunca fomos humanos

Ora, homem? És rico!
Que custa pagar o pão
Do tolo que dorme com frio
Como pode ser tão egoísta?

Se a guerra gerasse ar
Que respiramos entre tosse
Que seria dos pobres tucanos?
Sem sua Amazônia para descansar

E os canários virtuosos
Morrem cedo, de tanto amá-los
Talvez Deus apenas deseje
Uma companhia positiva

Vamos lá, jovem
Eis agora canibal, predador
Comerás da dor inimiga
Serás desumano como homem

E como homem irás torturar
Os "vagabundos" da favela
Que homem! Ontem mesmo,
Matou crianças com escopetas

Lugar de criança, qual é?
Deve ser onde já está
Vende doce no semáforo
"Desculpa menino, só tenho cartão"

Mesmo assim 
Com tudo de triste
Procure o otimismo
Por motivo algum
Ao menos é isso que tento fazer
Esse é, afinal, meu pensamento mais estúpido

Vítor Luís Azevedo
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