Prossigo
embora fique aqui.
Após algumas paragens
finco meu machado
e paro.
Cheias de impossibilidades
são paragens que inibem continuar.
Veracidades atrozes,
profecias, prognósticos letais.
A lei do retorno,
consequências fatais.
A obrigatoriedade
da voz da consciência
impede-me os passos.
Não o meu espaço ilimitado
guardado no mais sacro de mim
carregando o cansaço de não poder ir.
Quebrando pedras,
plantando flores,
sou Cora Coralina
no isolamento,
no clamor de meus amores.
Desenho o recomeço.
Abraço o universo.
Vida sem disfarces,
realidade que desconheço
e feito leque vai se abrindo
numa revelação de porquês.
Da janela vejo um novo sol,
a lua nascer de outro arrebol
em sua fase mais feliz...
o horizonte beijar o mar,
o céu escrever outro enredo
e a humanidade atravessar
o oceano de seus medos.
Carmen Lúcia
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Não crie obras derivadas dele