Dentre os frêmitos famintos da madrugada

Pude compreender o quanto a sede é desejo

E se tudo o que penso é também o que vejo

Só me resta consumar em volúpia a serenata.

 

Por entre os labirintos da noite mal dormida

Há sequelas donde se extrai o ópio dos tolos;

Contudo diante das drogas notam-se engodos

Que trapaceiam nas vitrines do tempo, a vida.

 

Sobre o cárcere dos sonhos vejo a despedida

Dos que se vão habitar o fundo de uma cripta

Para depois vociferar a liberdade do devaneio.

 

É diante do cálice que se pode sentir do olfato

A sensibilidade com que se descreve o extrato

Do orvalho que pulsa sobre o epigênese alheio!

 

 

 

DE Ivan de Oliveira Melo

 

Ivan de Oliveira Melo
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