Já me permiti ser a quem admiro, Contudo é uma experiência sem sabor,
          Em que a personalidade perdeu o crédito, E me tornou um ser descrédito,
          Pusilânime e ascético diante do figurino, Totalmente intrépido sobre o amor.
 
          Já me deixei banhar de infinita alegoria, Todavia fui fantoche do meu senso,
          Em que o caráter se enfeitiçou de lama, Contrariando tudo o que se inflama
          Perante os rituais de um intensa literatura, Engajada em tudo o que penso.
 
          Já me observei um tanto morto-vivo, Bebendo do sangue das donzelices,
          Em que virgindade diante de um vampiro, É um teor que eu apenas respiro
          De acordo com os naipes de uma usura, Planejada nos alpes das tagarelices.
 
          Já me analisei de dentro para fora e vice-versa, Encontrei um mundo insólito,
          Bem semelhante desta vida que anda submersa, Sem os traços que impeçam
          De eu ser o que eu queira sem muita conversa, Pois meu deserto é inóspito!
 
 

 
          DE  Ivan de Oliveira Melo 

Ivan de Oliveira Melo
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