Quimera, que medo
Não tenho emprego
Nem tenho mais jeito
Que mágoa, que ar
Quimera, que terra
Que não tem mais jeito
O povo que erra
E eu que vou pagar
É pé de madeira
Que não se sustenta
Pregada na terra
Que só não se aguenta
É pano passado
Passando o futuro
Deixando o povo
Todinho no escuro
A vida não vale
Nem mais um real
Se é baixo o nível
Em rede social
É conta que conta
A conta da paz
Que a conta acabe
Não aguento mais
Quimera, que merda
Nem redondo, nem plano
Esse mundo tá chato
Não triangular
Quimera, que merda
O mundo tá chato
Difícil, acabado
É melhor abortar
É colher de pau,
Paulada na mão
Que sangra a todos
E lhes dá lição
Mas ninguém aprende
Parece gostar
De viver molhado
De tanto sangrar
A vida não vale
Um vale do silício
Nem sequer o inverto
Tem o seu solstício
A conta que conta
Pro povo pagar
Rasgou toda ponta
De tudo que há
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