Quero o barulho do panelaço,
Contra essa panelinha
A gente é obrigado a ouvir
Tanta merda,
Que a culpa da violência sexual infantil
É da menina que não usa calcinha,
Menino veste azul para ser macho,
Menina veste rosa para não deixar de ser fêmea
Abriram a porta do manicômio
Armas para o povo combater a violência,
Trabalho infantil para formar os adultos
Que serão responsáveis pela construção do amanhã
É tanta bosta,
Que só arde nas costas
Daqueles que caem na chibata,
Que geme no tronco
Cuidado meu povo com o capataz
Palavras elogiam regime da morte,
São ditas,
Duras,
São cruéis na memória dos que viveram,
Dos que sobreviveram a essa história sangrenta
Não respeitam as famílias dilaceradas
Pela perda irreparável dos seus familiares
Estão asfixiando a educação,
Estão tentando amordaçar a arte
É muita crueldade nessa alma suja,
Porém, tem pensamento que mata,
Como um tiro no peito,
É quase uma espécie de praga,
É forte,
Capaz de derrubar um avião
A raiva do povo é lâmina afiada pela justiça
Cravada no centro do coração.
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