Não vou negar mais meu chamado

Quero ficar tranquilo a cada passo

Cada passo de uma vez

Sem lamentar passado

Sem mais passos largos

Tranquilo como os pássaros 

Ardendo como a lenha que aqueceu

Quando cair sobre mim o brilho pálido 

Da energia divina dos choques

Sem titubear pelos cantos incerto

Não é a certeza que nos move

É o vento que carrega a poeira aonde pode

O que está fora e o que está dentro se misturam

Uma fusão do que é uma coisa só 

A sinergia que dá forma ao presente 

Das forças que nunca estão ausentes

 

Voa borboleta voa

Tua vida é um milagre de tão frágil 

Tua beleza aquieta até o mais bruto

E teu tempo se resume a um só dia

Depois de semanas consumindo tanta vida

De lagarta a borboleta inofensiva

Teu resplendor é um milagre admirável

 

De nada adianta questionar esse processo

O mundo é o que pode a cada passo

Reflexo do mundo são os atos

Aceita e segue em frente

Abraça esse presente

De nada vale aqui negar o teu chamado