FUXICO

Seu João... A lavadeira,
não lava nada, com sabão
hoje, ela não veio!
Ainda disse, não vem não!
Com passadas, pegou a estrada
e foi colocar uma carta,
escrevinhada a mão...
N'aquele correio, vermelho.

Disse estar apaixonada
e nos cabelos, ki zelos!
Carregava uma flor,
sem amar... Ela citou,
que não era nada!
e não poderia viver...
Sem seu amor.

Seu João... A lavadeira,
deixou de andar sozinha,
ficou sem asas
voltou p'ra casa!
Agora, fora de hora...
Lava as louças da cozinha,
e a saudade, n'ela é brasa.

É seu João, a vida da lavadeira
não é a derradeira rinha
pois ela, é uma vida assim
cheia de efeito,
feito a minha.
Antonio Montes

Antonio Montes
© Todos os direitos reservados