Venho às tuas margens ou tu vens ao meu encontro?
Somos vitais um ao outro.
Das profundezas, lágrimas ferventes tornam-se ilhas, continentes,
Por onde caminhamos.
Mas debaixo do mar tudo é diferente ...
Voamos sem asas e andamos vagarosamente,
Estrelas caminham, pássaros são peixes.
Vagando no vento, carregadas nuvens devolvem suas águas
Depois de banharem os campos agrestes,
Se fosse austera e vingativa rainha,
Afogaria os homens, suas máquinas e toda Terra ...
Generosa e abundante, sem reis ou governantes,
Dá a todos igualmente harmoniosa atmosfera.
Artista sublime de encostas e montes,
Provedora infalível de famintos e banquetes.
Dilui as pedras em areias macias
Para deleite dos nossos pés,
Acaricia nossos ouvidos com suas canções,
E nos lembra com frequência que é preciso ter fé!
Enquanto nós, nos rendemos ao tempo;
Somos poucos, e pouco entendemos.
Somos todos água,
E nisso somos todos idênticos!
Das algas profundas, oxigênio,
Seus ventos são brisas que refrescam pensamentos,
Sua arte suprema esculpe monumentos.
A todos traz alimentos;
À Lua, faz um cortejo,
E ao fim do dia, ao Sol, faz um berço.
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