Aonde estão os seres presos,
por essas paredes, expressas atrás,
desses labirintos de muros?!

Onde no reboca de vida...
O que restou, foi apenas furos de
um tempo mal tramado, os quais
passaram por uma peneira de medir
gostos, amargos e mal amados.

Sobre as margens dos seus caminhos
o que sobrou para esses seres
foram bases de sentimentos, e mourões
infectado com noites escuras,escuras
como se fossem, arrependimentos
de pensamentos logrados e horizontes
esmagados por leis de seres em desvio
e atos desviados.

Nos rascunhos das paredes consta:
Expressão de tristeza
desesperos de gritos
brado de angustia,
até mesmo as vezes de delírios,
sobre suas secas cedes de voar...
Voar, nas cores do futuro, as quais d'elas
consta apenas as hastes cheias de espinhos
de esperança, mal florescida.

Não contem redes de dormir
na contra partida, sobram-lhes a
lamina fria de pedras duras e pontiagudas.

Ainda outra noite como lembranças
de crianças, esboçaram apenas
os soluços, misturados aos choros abafados,
junto ao tremor de vidas sentidas.

Ainda sonhos com seus amores
mas, ao acordar, se deparam com o
labor dos feitos torpos, dos atos
mesquinhos, agora transformados
em aborto.

Antonio Montes

Antonio Montes
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