Não sei por que impulso eu sigo ligando e escrevendo pra ti,
mesmo estando nesta sofrida posição epistolar
e em jeito de monólogo não atino em parar,
mas também não sei se no fundo é mesmo meu desejo desistir,
porque a saudade que tenho do teu exdrúxulo
e doce sorriso
iria tornar vão qualquer intento meu de entrar neste avatar.
Recuso-me a aceitar e obedecer
os cânones da minha filosofia,
a matriz da minha razão
e as bases da minha lógica,
porque eles só me conduzem a deixar de ligar pra ti.
Mas Prefiro pensar que apenas não me queres responder hoje,
E que amanhã, ou talvez depois, contrária vontade em ti surja.
O teu distendido silêncio alimenta a minha moribunda mas firme esperança
de que na relatividade do tempo
quando não mais tiver alento,
E no final desse contratempo,
elevarei bem pro alto o troféu do brilho do diamante do teu sorriso,
banhado pelo doce sabor a vitória dum sinal teu.
E aí nequele momento
já tu ligarás pra mim
Mas neste momento
A minha razão não quer escrever pra ti
mas o meu coração vai escrever pra ti
By Martinho Augusto
From angola
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