Eu sinto a dor de um parto em meus ombros
Seus salientes lábios abortam meu prazer
Em seu útero ensanguentado floresce meu padecimento.

Sinto o sangue se esvair cobrindo-me de escuridão
Uma prisão mental sem grades
Sendo estuprada pela minha psique
Hostilizada pelo meu monstro particular.

Sinto a angústia cognitiva dilacerar-me
Como a preia de um lobo faminto
Incitando meu rastro na neve e submergindo cada vez mais.

Bianca Moreira
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