I
Sem rum e com um gosto de café gelado
Da madrugada vazia
da cama vazia
sem vida
que sina
II
Estou parada na estrada completamente nua
Exausta de tudo e de todos
meus pés descalços são o único contato da realidade
Mas não consigo caminhar ,não quero , não posso
Meus olhos se fecham no breu de minha alma
Minha boca se cala no silencio ensurdecedor
Me tranquei no meu tumulo, meu amparo do martírio
Mas a chuva começa a se espreguiçar em mim
Sem se importar com minha dor, sem ouvir meus murmúrios
ela vai abrindo seu caminho, escorrendo em minha alma
III
E se tudo que restou foi o poema desmedido
A métrica torta , O sinônimo mal escolhido
E se tudo que restou foi a ressaca
da noite estragada, da madrugada nociva
E se tudo que restou foi um eco
Um sopro, um suspiro da vida desiludida
Cy
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