O homem que dilacera sua alma é sombra,

Penumbra de cujo vulto a morte se aproxima,

É anônimo coadjuvante, recebedor da propina

Que o faz ausente; cidadão que vive em coma.

 

A razão humana é nômade, fértil, inconsistente,

Contudo são sonhos apenas que veem milagres,

Pois vida é destino que soma os objetivos acres

De quem respira e não vive, somente é recipiente.

 

No pensamento habita uma visão muito atrofiada

Das esferas que rodeiam a mais solitária estrada

Donde há espinhos que ferem as carnes da solidão…

 

O tempo é ermo, pois sufocado está em si mesmo,

Então precoce é o homem de cuja alma é o termo

Que diz: criança não é adulto, mas vive no ancião!

 

 

 

 

DE Ivan de Oliveira Melo         

Ivan de Oliveira Melo
© Todos os direitos reservados