Desonram os ventos aos menestréis da natureza

E trapaceiam da virgindade deveras pequenina

Trilhas verdes dentro do mato que são uma sina

No alvorecer das nebulosas manhãs e da incerteza.

 

Ludibria o sol do cerrado e das vertentes campinas

Cinzentas nuvens carregadas de magistral perfume

Donde se percebe o alcorão que traz da vida o lume

E se espalha pelo verdor postiço de cruéis lamparinas.

 

Engana a lua dos amantes debaixo de finíssima chuva

Que ensopa dos canapés o átrio da restinga impura

Inundando de orvalho os capins de sutra ribanceira…

 

Letal retrato duma paisagem hostil e ainda apócrifa

Que faz das reminiscências enlevo de quem é apóstata

Perante astros cadentes e fugidios da abóbada feiticeira!

 

 

 

 

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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