Nessa terra, onde plantei rosas,
Onde pisei meus pés descalços,
Onde vivi dias felizes,
Onde senti o cheiro do mato.
Onde o verde, que hoje é cinza,
Cultivou muitos olhares,
Onde tem uma casa velha,
Que hoje vejo com saudades.
Ali eu nasci, e cresci,
Dali meus pais me enviaram,
Para uma cidade estranha,
E voltei para essa terra,
Enquanto caia a chuva,
E somava com minhas lágrimas,
Cada gota que caia.
E o cheiro da terra molhada,
Como num presente sonho,
Restam apenas lembranças,
Quando tudo se vai,
Restando apenas eu,
Como meu cheiro de mato,
Meu gosto pela terra
E molhada pela lágrima.
 

 
  Jorge Amaral

Esse poema, inspirado na convivência com uma pessoa que amo, retrata o seu desejo por permanecer na terra onde nasceu, e por consequência possuir essa terra que aprendeu a amar.

Belo Horizonte

Jorge Amaral
© Todos os direitos reservados