Um dia a vida virou rima
E começou a rimar, pelas terras do viver
E sorriu... Sorriu com felicidade!
E chorou... Chorou muito com sentimento
A vida dormiu com sonhos
E despertou com o amanhecer da aurora
Acordada... Ela andou pelas trilhas dos pensamentos
Ainda menina... A rima pulou cordas
Mediu as cores do arco-íris
Brincou de boneca encantada
E com as esferas dos planetas...
A vida jogou cinco Marias
Ali... Sempre calma sentada na calçada
À vida, ainda jovem...
Ausentava-se em meio aos seus devaneios
Sonhou com os seus medos
Perdeu-se em seus enredos
E segui-o se emaranhando em seus segredos
A vida, tentou se esconder
Esgueirando-se por detrás da saudade
Brincou de esconde, esconde
E com o futuro... Um dia a vida cresceu!
Crescida...Correu entre trancos e barrancos
Esbouçou os seus encantos
E com pranto, saiu do canto e amou...
Amou tanto, tanto!...
Que ate se esqueceu da razão...
Sorriu, chorou e ficou débil
Se esquecendo de viver, a vida teve tédio
À vida sentiu paixão
Suspirou e amou
Andou de mãos dadas com a harmonia...
De um lado a outro
E com todos aqueles encantos!
A vida alcançou... A plenitude de Deus!
Em todos os seus dias...
A vida bradava paz com alegria
Então a menina rima ‘vida’ enamorou-se
Veios os abraços e braços, beijos e ensejos
Á vida já mocinha, conheceu os desejos
Nasceu às primeiras vontades
E com ela, as fogosidades
A vida, voou...
Ficou prosa viçosa e também fogosa
A vida estava toda majestosa!
E como tal, se fazia de dengosa
Ate se armou... Armou-se de armadura
Se transformou em vida dura
Adquiriu normas...
E se encheu com as tais ordens
Se colocou bem acima do aprender
E dotada de poder... Mandou
A vida crescida já não era mais jovem
E adulta... A vida aprendeu a força da razão
Então se encheu de sinceridade
E se enrugou com a dura verdade
Vestiu-se de: Carranca e armadura indesejada
A vida passando o tempo teve paixão
Cansou... E cansada se sentiu aposentada
Ficou sentada... E tinha receio de tudo
Tinha cisma, pesadelo e não mais sonhava
Estava cansada! Cansada de doer o coração
Cansada de carregar o viver ate o próximo dia
Pensava que o mundo...
Era a casa da vida, mas não sabia...
Que a vida se povoava pelo mundo inteiro
A vida... Já não era tão criança
Vivia acabrunhada filosofando
Passou por poucas e boas,
entre, trancas e retrancas
a vida foi amargando...
E deixou de ser franca.

Antonio Montes 

Antonio Montes
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