AMANHÃ SEM PLANO

O tempo era inverno
enquanto o vento,
rangia as placas dos sentimentos
a alegria d'aquele dia, encontrava-se
dependurada pelos rostos petrificados
... A morte se fazia fria pela rua despida
e os mendigos da vida... Encurtavam
o sopro da dádiva tão querida.

Aquele dia, a mendiga sem mãe,
não tinha pai, não tinha casa
não tinha fogo nem brasa
e o amanhã d'aquele momento...
Em seu coração palpitava.

Cansada d'aquelas passadas,
mendiga odiava o plano do amanhã
não tinha cama onde cair
nem café, nem mesa do dia seguinte.

Alem das roupas surradas de todos os dias
tudo que carregava, era remendos....
Remendos de esperança
remendos de um coração...
E da fé enfileiradas pelas promessas
a espera das senhas pára sanar
os pedidos d'aquela pequena vida.

Antonio Montes 26/09/16

Antonio Montes
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