DONA MORTE.
 
  
Porque foges de mim ó morte?
Por que não sai das trevas
E vem logo e me leva?
Não é você a encarregada,
Desta tarefa macabra,
De levar a alma desgarrada?
Do frio e adormecido corpo,
Que sobre um leito está morto?
Que fica a tua espera?
Ó morte fria e megera!
 
Tem  gente que não está pronto
Para partir pro além,
Mas eu estou pronto,
estou muito bem,
Pronto pra morrer,
pois estou a sofrer.
Estou desiludido,
Estou aborrecido,
Não quero mais ver
Este mundo contaminado
E praticamente dominado
Por esta corja de bandidos.
 
Dona morte,
Se não vai me levar,
não pode me negar,
de uma gentileza,
Deixa de moleza
E num só rompante
Leve nossos governantes.
Talvez seria uma das soluções,
de acabar com muitos ladrões.