Às vezes dá vontade
De navegar por ai sem rumo
Descobrir a verdade
Por trás de tudo
Então eu peguei meu barquinho
Fiz dois reminhos
Mas quando saí do porto
Pelos portugueses quase fui morto
Fui apenas capturado
E para a prisão fui mandado
Me tornei amigo de ladrões
Apodrecidos nos porões
Mas conhecendo-os bem
A seguinte pergunta me vem
Será que eles realmente são monstros ?
Tudo é questão do ponto de vista
Enfim...cumpri minha pena
Agora podia ostentar da liberdade
Então decidi viajar até Vilhena
Viajei até com certa facilidade
Lá me tornei amigo de nobres
Nobres podres
Um deles se chamava Dolores
Era amigo do rei de Portugal
Através de Dolores
Falei com a Coroa Real de Portugal
O rei sofria de dores
E eu o receitei um remédio surreal
O rei resolveu demonstrar sua gratidão
E me ofereceu uma embarcação
E por ai saí velejar com minha tripulação
Conheci o Oriente e batizei a localização de Azerbaijão
Conheci as famosas Índias
Descobertas por Vasco da Gama
Fonte de sua fama
Mas não parei por aí
Resolvi velejar por mares tortuosos
Habitados por seres monstruosos
Cruzamos o mundo
Nas expedições fomos a fundo
E nestas pequenas e grandes viagens
Descobri diversas paisagens
E foi assim que achamos o Brasil
E foi lá que achamos o pau-Brasil
É...eu vivi uma vida longa
Servi Pedro Alvares Cabral
Vivi feliz
Me achava o tal
Vivi solitário
Nem tanto
A garrafa de rum era uma boa companhia
Perdi as contas de quantas vezes fiz aniversário
Fui preso , liberto
Fui tolo..fui esperto
Tive companheiros honráveis
Outros...odiáveis
Agora estou velhinho
E esta foi minha vida
Começou numa vontade de velejar sem rumo
Num barquinho
Mas eu posso bater em meu peito
E falar com todo o respeito
Apesar de tudo o que sofri
Que foi uma vida bela...a que eu vivi
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