O que sobra em mim após o pranto?
Lágrimas enferrujadas que me ferem
E contaminam sem dó minha alegria...
O que resta em mim após o sorriso?
Íons dourados que produzem o amor
E me recrutam para derribar a tristeza...
O que há em mim após uma decepção?
Ingenuidade por acreditar na sinceridade
Que foi transformada em hipocrisia...
O que a mim ocorre quando me aborreço?
Sinto em minh’alma a dor da desconfiança
E meus pensamentos tornam-se turvos...
O que a mim acontece quando há traição?
Entendo então que o homem é imperfeito
E que seu coração é terra apócrifa e sertão...
O que em mim existe quando há o amor?
Há um vulcão que eclode de felicidade
E em suas larvas há distribuição de ouro...
O que há a mim compete diante da morte?
Saber que vida é respiração de fraternidade
E de absoluto respeito ao meu próximo...
O que devo compreender quando estou só?
Que a solidão é recurso extremo de análise
E o mundo sobrevive no deserto das ofensas...
O que devo fazer quando a saudade se instala?
Perceber que apenas sente saudade quem ama
E faz do nosso universo Paraíso de Bênçãos...
Como devo proceder se sei que sou humano?
Saber que tive princípio e terei breve um fim,
Logo não corromper minha consciência pura...
Pois há muitas estradas por onde se caminha,
Todavia salutar é quem prima pela decência
E sabe purificar os caminhos da concórdia!
DE Ivan de Oliveira Melo
© Todos os direitos reservados