Poema de Ialmar Pio Schneider -

Poema Noturno – Ano 1962 Ialmar Pio Schneider É fatalmente noite E eu não ouso cantar (não sei por que). Estou em silêncio, Chorando baixinho. Não sou mais aquele Que outrora cantava E as trevas da noite Contente rasgava. Não sou mais aquele Que aquele se foi Sozinho em silêncio Na noite fatal - que Deus me perdoe – Do sonho especial... É fatalmente noite E eu não ouso cantar (não sei por que) Na janela Da donzela Em serenata. Eu não rachei a flauta Mas o peito está rachado Rachou-se todo todinho Estou chorando baixinho Estou chorando em silêncio. Falta-me a essência da vida Que evaporou-se no ar Esta chaga dolorida Já não me deixa cantar. O trem passa interpretando poemas Num longo queixume desconsolado Pela voz do apito gemebundo Que acorda sonhos Num desabafo profundo Que acorda sonhos Que faz sonhar Estou chorando baixinho Estou chorando em silêncio É fatalmente noite de insônia. Sertão – RS – 1962 http://ial123.blog.terra.com.br/ EM 10.11.2008 http://poesiastrovassonetosepoemas.blogspot.com/ EM 05.07.2009 DIÁRIO DE CANOAS – em 5.07.09

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