Para tecer a vida precisa os dedos do invisível
estar de acordo com quem os tecera em noites infindas;
fazer nascer uma rosa requer conhecimento sobre espinhos,
o sangue que num pingo uiva a morte de todas as coisas,
aspirar o perfume é reter o universo por alguns segundos...
Estar entre coisas vivas é mais que estar Narciso,
reparar no que é belo ao externo dos olhos,
fruir da água que corre e que sabe que nunca será rio,
fumar o vapor de vulcões e amansar repentinas
ovelhas feitas de nuvem e mansidão...
Não se encherá o alforje e nem o coração repleto de vazios,
a música que vem de longe transforma sono em beleza,
o que conversam as coisas só sabe aquele que renuncia,
por o pão à beira da boca é alimentar o espírito...
Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados