Em meu néctar
Surrupio meu pranto
E tímido de espanto
Qual nuvem sem ética
Me descubro desnudo
Perante a aurora
Que de mim sabe tudo!
 
Em meu orvalho
Caço pensamentos febris
Que me fazem ruflar asas
Tais quais os bem-te-vis
Que vivem liberdade
Sobrevivem poluição
E dormem à lua branca!
 
Em meus sonhos
Visto-me de arco-íris
E em seus tons e matizes
Percebo-me esbelto de amor
Resplandecente de ardor
A catar volúpia e sofreguidão
Nos vales onde pinto o coração
Com a ternura dos lírios
Que, apaixonados, amam o chão
Da consciência que se arrepia
E pranteia diante da felicidade!  
 
 
 

 
DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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