POESIA AO LUAR

Ainda no matiz melancólico da tarde crepuscular
No silêncio da natureza somente ouvido por ela
Compondo o cenário que na moldura se desvela
Emerge impetuoso em desbotados feixes, o luar

Traz encobertos mistérios de um tempo milenar
Que fez contemplar tão devassa lua e não revela
O insondável segredo que faz dela... a mais bela
Razão da interminável contenda entre sol e mar

Da admiração e temor original construiu seu mito
Desde então se impôs entre os homens, adorada
Decantada pelo poeta mesmo depois de explorada
Referência venerada quando se olha para o infinito

Torna todos iguais, do vil ignorante ao mais erudito
Sedução irresistível aos que tem alma apaixonada
Na madrugada solitária parece bem mais iluminada
Eterna namorada que no principio já estava escrito

Marco Antônio Abreu Florentino

Poesia escrita sob o ¨claro de luna¨, em noite de lua cheia - a última superlua de 2015, iniciada ao pôr do sol deslumbrante, com a visão do mar de Fortaleza e terminada na madrugada iluminada e solitária, ao som da belíssima e emocionante ¨Sonata ao Luar¨ de Beethoven.

Marco Antônio Abreu Florentino
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