Sempre, constante e sempre
que não mais parece fuga, mas rotina.
 
Sempre intermitente, perene, intransigente,
não admite luta nem disputa, somente o abraço do desespero
 
Virou modelo de vida, custo alto, ferida fina
Irradia a desonra matutina, engole a dignidade esquecida.
 
É um grande percalço, um aviltamento clássico:
Já que a dor é incessante, vou dar-lhes prova de minha rebedia.
 
Prazer temporário, tristeza profunda e sempre e sempre
Esquece-se da dor, sem que esta a evite e insista em lhe visitar
 
É uma rota sem saída, um fuga imprópria, transitória, perigosa, ilusória por fim
O sofrimento é presente, reinante num reino de tristezas e tédios sem fim
É infindável seu reinado, grande senhor dos sacrilégios eternos, das grandes dores.
 
Foge, foge! Até que te mates de tanto fugir!
Pois sem encarar a dor, é abreviamento da vida
É arte da mentira, é a covardia em sua mais minuciosa escrita
É o vício bandido de um ser que não sabe como fazer cessar a dor da forma devida
Não a culpe, pois a vítima é sempre um impostor!

Diego de Andrade
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