No alto do morro !
No alto do morro, construí a casinha
Onde raia o sol, desde manhã à tardinha
Lá, ouço cantar em alegres trinados
Os passarinhos, nas árvores e nos telhados
As lebres, sabem os feijões atacar
As seriemas, vão até lá, nos visitar
Os tucanos ficam dependurados nos fios
Os colibris, esvoaçam em desafios
Tudo naquele recanto é paz e harmonia
Até o vento ali, faz sua sinfonia
Mas quando o calor esquenta muito forte
Só a cigarra, quebra silêncio da morte
O lugar me conquistou, doce magia
Ao longo dos anos, pensei, não queria
Um lugar onde pudesse na alvorada
Olhar o horizonte em plena madrugada
Os campos, numa paisagem tão bela,
Cobrem-se de verde e de cores, qual tela
Onde na mais sublime delicadeza
Procura o pintor a cor dessa pureza
Rosas e margaridas mostram sua cor
Pereiras e macieiras enchem-se de flor
Tudo tem seu espaço e gradação
Aquele alto do morro, é uma mansidão
Cedo, ouço o cantar dos passarinhos,
Gorjeando sempre à beira dos seus ninhos
Ninando com seu trinado os filhinhos,
Como que a dizer, descansem anjinhos !
São Paulo, 14/05/2015 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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