(imagem:Ibarra Dubon)
Entre montanhas, o oceano.
Do topo, a vontade de voar
em direção à vastidão.
Águas azuis. Tentação.
Beleza, consonância, sedução.
As velas, os barcos, a paz, o branco.
O navegar em ondas brandas.
O fascínio do partir sem chegar.
Vontade insana de se deixar levar.
Ser barco, marear, ancorar os cais.
Despojar finais, os jamais, os ais,
a bagagem pesada, o ombro lesado,
o ser dolente, o espírito domado.
Tornar-se leve, ultra- leve…
Flutuar as ondas do mar.
De repente, ser gaivota.
Alçar voo irreprimido
na busca intermitente
do que sacie a fome,
do que mate a sede,
do que acalente a alma,
a alimente.
Entre céu e mar, o horizonte.
Perspectiva de mudar,
futuro que surge risonho,
presente pra se guardar,
paragem pro barco pousar.
_Carmen Lúcia_
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