Meu amor, minha vida,
Mesmo agora que não me queres mais,
Sei que fui
Seu grande amor.
Sinto dentro de mim
Que minha alma eu venderia,
Só para poder te olhar de perto,
Sentir o seu calor;
Eu já não sei
Se quero ou não lembrar
Daquele brilho em seu olhar,
Dos seus passos leves na calçada;
Eu só prometo te amar
Sem ferir ou aprisionar,
Ser feliz, viajar,
Escolher sorrir e não chorar ...
Hoje, eu prefiro a solidão
A um amor frágil, carente:
- Quando um amor verdadeiro vai embora,
Nada que fica vale o que ficou ausente!
Hoje, eu prefiro a solidão,
Um livro, um café, um pensamento:
- Já não procuro mais lá fora
O que sei que está aqui dentro ...
Amor, meu doce amor,
Ainda guardo em minha gaveta
Seu perfumado travesseiro,
Que embala meu sono leve
Nos aromas que temperam
Meus sonhos e anseios;
Suas mãos,
Macias e leves,
Teceram meu sono profundo,
Seu silêncio,
Mortífero e certeiro,
Abandonou-me no escuro.
Minha doce e pequena alma fugidia,
Que danças na noite
Das flores do campo,
Sabes que és dona
De tremendo encanto,
Sua falta me furta a alegria,
E ainda que eu me sinta
Um privilegiado da sorte,
Por cantar e escrever meus versos,
(Pois cantar me afasta da morte),
Meu canto fica mais pobre
Se tu não estás por perto,
Assim, dedilhando palavras,
Alcanço-te na poesia,
Na música que ganha asas,
Que alivia a dor da despedida,
E transforma a dor da partida
Na alegre volta pra casa.
Ricardo Lemos - 06/04/15.
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