Não seremos Marido e Mulher,
Nem mesmo amantes.
Que tal apenas namorados intermitentes,
Docemente nos amando, itinerantes?
Trocaremos afagos, quando o dia adormecer, na encruzilhada;
Deixarei em você meus cheiros de mulher.
Lançaremos olhares disfarçados,
Que certamente passarão despercebidos,
Pois namorados são de deus os protegidos.
Quando nossas mãos roçarem-se furtivas,
Vão insinuar desejos abafados,
Pelas regras da vida censurados,
Mas que são flores no canteiro, sempre vivas.
Ao nos encontrarmos pela tarde rua acima,
Lá onde a mangueira domina a rotatória,
Assinarei um verso sublimado a grafitar nossa parede divisória! 

Mauricio Lomes
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