Reencontro com o Outono

Reencontro com o Outono



O sangue tropical desvenda os vasos do corpo,


E o calor das células físicas enfrenta o frio do vento,


Lufada noturna toca as encostas do perfil humano.


O dia tombou de cansaço frente a agitação das horas.


 


O céu toma ares viris,  e desnuda o pudor das estrelas,


E estas como que feminis entre confessam segredos,


São mistérios sobre algo que esta por surgir,


São sutis letras sobre vida nova sobre o velho cotidiano.


 


Um rosto silencioso tudo observa, a tez esta sensualizada,


Um sorriso de menino brinca na face masculina amadurecida.


Dividem o coração alguém que quer filosofar,


Enquanto outro insiste em construir poesias.


 


Uma estranha dualidade, que lhe faz sentir as asas quebradas,


Quais asas? Se é o chão que o tem. Porém crê poder voar.


A realidade desmente a ilusão, sente o duro chão do solo.


Mas tem a impressão de conhecer o ar rarefeito do céu.


 


Não tem asas, mas tem imaginação, para divagar,


E por divagar, vai longe, mergulha em abstrações,


Vê algumas lágrimas de alegria a visitar o infinito,


Vê que seu coração comunga com horizonte, e está feliz.