O sangue tropical desvenda os vasos do corpo,
E o calor das células físicas enfrenta o frio do vento,
Lufada noturna toca as encostas do perfil humano.
O dia tombou de cansaço frente a agitação das horas.
O céu toma ares viris, e desnuda o pudor das estrelas,
E estas como que feminis entre confessam segredos,
São mistérios sobre algo que esta por surgir,
São sutis letras sobre vida nova sobre o velho cotidiano.
Um rosto silencioso tudo observa, a tez esta sensualizada,
Um sorriso de menino brinca na face masculina amadurecida.
Dividem o coração alguém que quer filosofar,
Enquanto outro insiste em construir poesias.
Uma estranha dualidade, que lhe faz sentir as asas quebradas,
Quais asas? Se é o chão que o tem. Porém crê poder voar.
A realidade desmente a ilusão, sente o duro chão do solo.
Mas tem a impressão de conhecer o ar rarefeito do céu.
Não tem asas, mas tem imaginação, para divagar,
E por divagar, vai longe, mergulha em abstrações,
Vê algumas lágrimas de alegria a visitar o infinito,
Vê que seu coração comunga com horizonte, e está feliz.
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