A dor do poeta

 A dor do poeta
 
Arranca, poeta, a dor dentro do peito,
lembra-te que pra tudo há um jeito
imbuído no lirismo ao encarar a vida.
 
Sorve tuas palavras, prevalece teu dom,
aquele que ousa ressuscitar a flor
quando despetalada pelos campos, jaz.
Mostra ao mundo do que és capaz.
 
Chora tua dor em versos,
registra-a no papel em branco,
no branco que simboliza a paz.
 
Geme em rimas a dor maior
fincada na essência de tua essência,
aquela que não mais quer sentir
e persiste em tua existência.
 
Desabotoa as aflições que te sufocam,
lembra das estrelas que se apagam e voltam
a brilhar em galáxias distantes
e te trazem o brilho mais brilhante.
 
Sorri ao te defrontar com o oceano.
Chora de emoção por cada gota ofegante,
devolve ao mar tuas lágrimas salgadas
e resgata a alegria arrebatada num instante.
 
Faz, poeta, o que a alma pede
e a razão acusa...
Canta alto tua poesia,
desperta tua musa.
 
(Carmen Lúcia)