No início eu apenas enxergava na penumbra, era como estar tentando achar um objeto no fundo do mar, eu não sabia por
onde começar, eu não sabia nem começar. Meu corpo queria, minha mente pedia e meu coração sentia, mas eu? Eu
estava perdido e não sabia voltar. Meus passos se tornaram pequenos para quem desejava que chegasse logo, minhas
pernas ficaram trêmulas e eu suava frio sem ao menos fazer esforço. Eu perdi a noção do tempo e ao mesmo tempo eu
pedia tempo para poder te ver, e com o tempo fui percebendo que foi transformando em rotina, virou um vício que
nenhuma medicina conseguiria resolver. Não adiantava mais ver o Sol se pôr e nem depositar os acúmulos de
pensamentos naquela lenta alvorada. Eu queria mais, eu queria sumir ou voar por aí, afinal a impulsividade já me
controlava mesmo, então não teria diferença em tentar o impossível. Eu comecei a presenciar mudanças em mim,
coragem não faltava e mesmo cansado não pedia descanso, era como ser sujeito a uma missão que poderia nos custar
a vida se falhasse, e sem saber, ela realmente me custara a vida futuramente, mas eu ficava bem, me sentia leve, e o
mais interessante era que a felicidade aparecia sempre, bastava eu te ver ou observar você sorrindo e meu dia já
estava ganho naquele momento. Eu passava horas tentando entender porque acontecia isso, minha voz falhava, meus
sentidos se confundiam e meu corpo tremia e cada vez mais eu me envolvia, me doava para alguem que nem sabia que
eu existia enquanto eu existia por ela. Ela foi se tornando um labirinto, e eu completamente vendado, fui me
entrelaçando naqueles caminhos sem volta e me deixando ser vítima dos seus encantos, e quando percebi que estava
completamente sem alternativa eu descobri que foi ai que eu me perdi em você.
© Todos os direitos reservados