Canto dessas coisas que faltam,
do que só em sonho existiu.
Miudezas que tanto exaltam
a retórica que ruiu.
E pereço incessantemente
essa dor dolorosamente,
todo curioso da queda
quando perdura o que degreda.
Mas em mim tudo foi forjado
por cativos apagamentos
quando disposto e comparado
a distintos alumbramentos.
Canto das miúdas ausências
para grandiosas carências.
E isto não é um soneto.
É um falido poemeto.
 
 
(Do livro Monólogo do poema ensanguentado, disponibilizado em pdf no blog https://monologodopoemaensanguentado.wordpress.com/ .)

José Bernardo Neto
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