Me lembro de ter fugido a cavalo...

As línguas medusianas do sol tentavam me alcançar...

Eu, Pégaso do haras da carne,

fugi a toda velocidade proposta por Einstein,

caí num terreno baldio onde nascem palavras

um tanto quanto mortas, outras vivas,

um tanto quanto com frio,

retas e tortas,

imersas, no da vida, único rio...

 

Aqui, onde Kafka não abre a porta,

a língua desejosa de cobrir as coisas

se veste de verbos e adjuntos e memórias de sons,

aqui, onde alguns passam, doidos,

abro o portão principal da mente

desejando te encontrar, ò verdade quase absoluta,

mesmo que, rápida, a vida seja só um golé de café

descendo pela garganta seca de poesia...

 

 

 

 

 

 

 

 

Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados