FAÇO UM POEMA AOS POETAS

FAÇO UM POEMA AOS POETAS

Faço um poema aos poetas,
De alma bárbara e doce,
Que dizem coisas certas a quem este mundo os trouxe!

Faço um poema aos poetas,
Que não são domados,
Que dos versos fazem setas contra poderes instalados!

Faço um poema aos poetas,
Que irradiam luminosidade,
Que, na escuridão,
São cometas com seu rasto de liberdade!

Faço um poema aos poetas,
Que só querem amor,
Pão e paz,
E odeiam tretas que levam à guerra que o Homem faz!

Faço um poema aos poetas,
Que rasgam e se desfazem,
Que nos banham com essenciais essências,
Que dentro de si trazem!

Faço um poema aos poetas com talento,
À sua quase demência,
Que da terra são sua magma,
Que apesar da sua evidência,
Em vida ignoram fama!

Faço um poema aos poetas,
Aqui e agora perfilados,
Aos que, sem rimas certas,
Têm seus poemas lembrados!

Faço um poema aos poetas,
Que esperam entrar sol adentro,
Mas que morrem nas cruéis arestas da roda do tempo!

Faço um poema aos poetas,
Onde apenas peço,
Que o nome de cada um seja sempre o primeiro verso,
E que não se deixem escravizar pela rima,
Pela forma,
Porque o importante em cada poema
É a mensagem que dele se toma!

Faço um poema aos poetas,
Que desde nascença são,
Podem-se apagar todas as estrelas,
Todos os cometas,
Mas a sua poesia …não!

A verdade é que,
Na escuridão,
Os poetas são rastos de luminosidade;
De liberdade!

Pronto,
Fiz um poema aos poetas,
Que poetas são!
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Autor:
Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque
(pseudónimo de Silvino Taveira Machado Figueiredo