Gostaria que as estradas por onde sigo fossem retilíneas,
Nelas não houvesse pedregulhos, rachaduras ou lamas,
Mas dá-se o contrário... muitas são curvilíneas, perigosas,
Faltam sinalizações, a mão é dupla, pedestres se chocam...
 
São veredas intransitivas e perdulárias, o luxo é apócrifo,
Transeuntes ressabiados se perdem em labirintos inóspitos,
Coniventes diante de uma arraigada aventura que enferma
As consciências inconscientes que perseguem seu destino...
 
Gostaria de crestar o solo sem preocupar-me com sua aridez,
Confiar no húmus que brota sob meus pés sem chiados e vícios
E diagnosticar ser um caminho liberto de mazelas e ratazanas...
 
Gostaria que as vias me levassem ao gozo púrpuro da vida,
Delas pudesse retirar a confiança que mergulha no tempo
E sentir o benfazejo aroma que fecunda anseios de felicidade! 

Ivan de Oliveira Melo
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