Quero olhar pro céu
Numa noite estrelada
E concentrar-me unicamente nos fragmentos
Enigmáticos deste infinito fabuloso e misterioso.

Não sou poeta,
Nem tampouco decifrador de sonhos
Ou aquele que resgate tudo
O que já foi perdido...

Quero mostrar o meu cinismo num riso
Que brota dos meus lábios de zombador;
Quero aprender te amar pra sempre_
Assim hei de querer;
Quero voltar pra junto de nós
Rejeitando o dom que é morrer.

Quando eu sentar-me à beira da sepultura
Junto com os vermes que roerão minha carne,
Então, tu lembrarás o presente triste e ruinoso,
Os teus olhos não se cansarão de chorarem,
Molhando o sono torpe_
Um sono sempre presente.

Ainda não sei o que é o bem, nem o que é o mal...
O meu desejo de amar
Levou-me pra muito longe,
Pra muito alto;
Pra muito além do que tu possas imaginar;
Levou-me ante a tua face risonha.

Eu voava extasiado,
Ébrio de vento
Para futuros remotos
Que nenhum dos teus sonhos
Puderam ver nem mesmo quando acordados,
Nem jamais pôde sonhar
Nossa vã fantasia,
Essa utopia refugiada em nós 
E ao mesmo tempo em si mesma,
Onde o tempo se eterniza
A cada instante...
 

Jairoberto Costa
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