De Luiz Humberto (04-04-2009)
Passei por cima de um poema
Pisei em seus versos e esmaguei seus sentimentos
Rasguei pedaços de sonhos
Manchei passados imaculados
Passei e repassei num compasso avassalador
Porém, meus pés são inocentes.
Foram os poemas que jogados
Puseram-se debaixo deles.
Quem por descuido ou por querer
Deitou fora poema com vida adentro
Com desejos, sonhos, e paixões
Registrados em segredos e lágrimas?
Passei com meus pesados passos
Sobre papel poematizado e encrassado
Transportando meu corpo infarto
De uma vida sem poesia
Ansioso por um poema ao invés de tanto dilema...
Confesso que se eu o tivesse avistado
Com certeza por cima dele não teria passado
Assim como não o teria deixado jogado
Á margem dos meus sonhos despedaçados...
Poema, bálsamo desejado
Deixei-o todo estrangulado
Perdoe este pobre desgraçado
Que agora junta teus pedaços
Para que sejam todos colados e mui bem guardados!
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