( FURANDO A FILA)
O sobe e desse, o vai e vem;
a vida na rua, na vida de alguém.
Futuro, quem tem? ... ninguém.
num canto qualquer, entrega-se
a espera, ao sono, ao que vier.
O cachimbo aceso, o crack,
a brasa queima a ilusão,
Há esperança?
Parece que não...
Sol quente há fome,
em todo canto, em cada esquina.
O suor escorre no rosto,
o gosto sem gosto, escorre no corpo
frágil, maltrapilho, sem rumo desfila...
A dor, a sede... tortura sem fim,
pra ser assim, apenas mais um,
nas ruas, á espera... furando a fila. 
Carlos Vieira
03/02/2014.

Carlos Vieira
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