UMA CAMA DESFORRADA

Uma porta fechada, alguém chama, dentro da casa O silêncio é profundo, lá fora o vento açoita forte A chuva não espera, um desejo flora, está para nascer Uma paixão, a alma tem sede de um vulcão. A porta se abre, ali tudo é triste, uma televisão ligada, Ninguém assiste, nada que aqueça o ambiente, Fica tudo em desalinho, poucas palavras são pronunciadas A porta continua aberta noticiando que a serventia Da casa está chegada, resta uma despedida fria Desanimada, desinteresse, nada acolhedor. Um adeus nesta hora não é simples, uma amarga palavra Significando distância, poderia ser diferente, a sorte Para o amor foi desperdiçada, o amor morre a alma esfria. A chuva, o vento, um arrepio e o frio, Uma cama desforrada, travesseio sem fronha, Um lençol amarrotado, uma luz sem brilho, Um quanto vazio, coração sangrando Uma alma sem iniciativa, um amor desfeito, Desejo amargo, amante jura e mente. Quando a alma esfria o amor morre A porta do coração é fechada por dentro O corpo perde a sensibilidade para o amor O órgão do desejo fica esquecido Chega ao fim seu libido, sua mente Registra estresse e dor. Amar é uma entrega, provocar com carinho Olhar dentro dos olhos, ver brotar o sentimento Voltado para o amor, nessa hora não se sente dor, Flora a paixão e o prazer. O amor é como o vento, se não aproveitar o momento Já passou, outras oportunidades virão, mas nunca igual. Um coração solitário, cicatrizes que nunca sara, Uma vida predestinada a solidão, a tristeza da alma É profunda, um baixo astral toma conta do seu ser, Seu amor não enfeitiça, apenas vive já não vibra. Gilvan Bulhões – Tamandaré, 12/06/2014

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