Andar pelos ares
como floco em chamas,
chamar as nuvens e
depois cantar,
contar estrelas,
contar mundos,
contar amores,
de temores tantos debruçar...
Sorrir, gritar,
colorir o medo com o arco-íris,
com purpurinas enfeitar auroras;
depois, deitar no firmamento,
pra embrulhar mistérios
num manto de brisas,
recolher já cansado tantas
maravilhas,
lá no brilho da aquarela
no poente,
deitar solenemente
pra acordar.
 
Ivone Boechat 

Ivone Boechat
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