Do alto da montanha, nas máximas alturas é árdua a queda...
Havia um gigante: Colossal, robusto e com o vigor titânico.
Folgava em caminhar, pisar nas construções e ceifar o inorgânico
E, também, o orgânico. A destruição era a sua valiosa moeda.
Por ser mais alto e mais forte, possuía valores incultos e brutos.
Derrubava árvores na floresta, gritava e amedrontava com seu tamanho.
Não era agradável: Preferia a força ao diálogo e sequer tomava banho...
Vivia por si e para si e seus pensamentos egoístas eram absolutos.
Muita gente é como este ególatra e mesquinho gigante.
Não nos cabe julgar, entretanto. O poderio na solidão é vazio.
No fim das contas, ser enorme também é como ser um peixe ante um rio
E estruturas pequeninas ou grandes começam e acabam num instante.
Estar só e ter "tudo" como o malévolo gigante da tremenda montanha
É mesmo ter tudo? Acaso, a força sozinha pode trazer alegrias?
Porventura, o diminuto Davi não venceu, com sua coragem, Golias?
A grandeza real é movida por atos e não pela geradora entranha.
Almejar o céu e esquecer-se da terra é convidar o desabamento.
Bárbaros pensamentos os quais nos levam ao fracasso, ao olvido.
Não se conquista através do medo, posto que é frágil e facilmente perdido,
Já que o ímpeto, para o bem ou mal, leva ao arrebatamento.
Seja como for, um dia, o gigante, ao correr em sua montanha, tropeçou.
Nas máximas alturas e sem ajuda, a queda fora tremenda, fatal...
Ninguém vive por si só sem ter um trágico, triste final...
Às vezes, para evitar a queda é bom rever como nosso percurso começou...
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