O tempo paira na penumbra,
Voando como se fosse alado
No silêncio permanente, calado
Na noite serena que deslumbra_

O presente sossegado na sombra,
O tosco peito ainda angustiado
Que muito sofre, querendo ser anistiado
Da mão que afaga, da mesma que assombra_

Um destino sem porto;
Um sentimento quase morto,
Nas longas horas da solidão,

Suplicando n’uma breve oração;
N’uma eloqüência silenciosa,
D’uma madrugada bastante chuvosa.
 

Jairoberto Costa
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