MARIA CRISTINA (parte I)

 

Mulher, quando a morte
Bater à minha porta_
Invisível aos teus olhos,
Repousarei no seio da terra!
Recordarás a chama
Que nos queimava...
A idade te trará essas lembranças...
Ilusão? 
Não...
Era amor! 

Adeus minh’amada,
É o teu coração que sofrerá
Quando tudo acabar;
Tudo acaba um dia...

Se uma flor morrer,
Ficam as outras;
Ficam os seus espinhos;
Ficam os ferimentos...

Calados como estátuas agora estamos,
Não existe horizonte adiante,
Só o céu começando e terminando
Atrás de portas fechadas por nós.
 

Jairoberto Costa
© Todos os direitos reservados