Padecendo à solidão

Sorriso já não tem mais,
As lágrimas estão acumuladas no coração.
O medo o faz tremer, a saudade sofrer,
O vácuo lhe cantarola uma languida canção.
 
O corpo acompanha o vento,
Sem forças para demonstrar ser forte.
A alma é um nada, objeto de enfeite,
Mantida pelo corpo por puro esporte.
 
Aquele olhar distante, disfarçado de bem-querer,
Procurando um fim para tamanha dor.
Esperando ver o corpo desfalecer
Para destruir esse viver cheio de temor.
 
As mãos trêmulas tentam segurar
Algum objeto sem parecer tremer.
A mente tenta não relembrar
Para não fazer a alma padecer.
 
Só!... Tão só como a última folha no topo do galho,
A última ainda sobrevivendo ao estio.
Só!... Por erros cometidos, por tolices feitas...
Só!... Esperando morrer de frio.
 
Deixem só este ser desprezado,
Que malfadado quer ser esquecido.
Deixem que ele faleça infeliz,
Mal amado e perdido.

*-*Raiza*-*
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