Seja ela um prisco segredo
para ninguém desvendar;
que um batel a leve longe,
junto as belezas do mar.
Sejam seus lábios bonança
em um mundo de tufão,
assim seu ósculo ardente
seria uma solução.
Que faz palpitar seu seio
quem dera eu fosse um cantor.
Eu a amo na vanglória,
seja na fúria ou na dor!
Sou feliz quando seu riso
tem o brilho deste céu;
e, em seus olhos os condores
pairam no azulado véu.
Ouço o canto verpertino
e de mim o que será,
se outro aspirar seu perfume
igual ao da resedá?
Seja ela como uma estrela
vertendo a luz da esperança,
que, embora seja querida,
nenhum sonhador alcança.
Nem tento falar d`amor,
mesmo que esteja presente
em meu coração novel
de menestrel inocente.
Não posso falar de amores,
porque ela tem madureza,
tem formosura no corpo
e na fronte tem beleza.
Eu sou pálido e delgado,
não posso com a lufada
de falar baixinho a ela:
- Quer ser minha namorada?
Seja ela uma alma nefasta,
da qual sempre terei medo,
para não cingir meus olhos,
pois ainda é muito cedo!
Mas, se eu tiver de esperar,
de que vale adormecer,
se dos mistérios da vida
não terei nenhum prazer?
Meu amor é intangível,
só tem ilusões e enleio;
quem dera eu fosse um cantor
que faz palpitar seu seio.
POEMA ESCRITO EM 16/05/2002
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