Extremamente viscosa, tecida por uma medonha aranha,
É uma teia a qual prende, firme, com aderência estranha.
Em tudo, nela, pressinto um sinistro mau agouro...
Em tudo, nela, vejo a imagem do massacre em seu estouro.
A teia balança! Como se fosse uma serpente que se assanha
E, súbito, dá o bote! Veneno da vida a percorrer cada entranha
E tecendo uma sufocante camada no coração, feito sorvedouro
De essência. Salteador a roubar impiedoso o meu tesouro...
É de um teor que desconheço: Grudenta, desagradável...
Sinto que cada vez mais se aproxima, fatal, inefável...
Sei o que diabos é! Sinto sua intenção completa e furiosa!
Vem se aproximando desde que nasci! Feia aracnídea gulosa!
Tem fome de vida, existe para comê-la e a uma coisa anseia:
Morte, teces desde o nascimento a tua aproximante teia!
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