Lisérgico
 
A poesia tem em mim uma morada lisérgica e sorrateira com dias de sol e nebulosa tempestade.
Fiz de mim território dela, em longas e perigosas curvas que me trazem ao marco inicial e cujas portas adentradas incidem sobre o mesmo plano, firmando horas em rebordosas e turvas águas do mar que são teus braços.
Vem e traz-me a clareza de teus dias e a folga de tuas palavras, pois foste tu que começaste essa loucura de sentimentos com um único olhar que tirou-me dos eixos e cravaste no nirvana do demasiado, rusgas de fertilidade no bailar de tua saia!
Vem a mim ser de asas curtas que os anjos imitam e que os deuses usam como moldura para expor os céus e a terras. 

Patrick Ribeiro
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