Meu canto recusa a morte
a prenhez do desespero
denega fracos e fortes
gestação do ódio ignora
rejeita guerras e medos.
 
Não sabe honrar falsa luz
reflectida nas medalhas
banhadas a oiro a prata
e forjadas na desgraça
que mora agarrada ao luto.
 
Meu canto enjeita o recorte
da forma do sofrimento
desvenda raios de sol
nos olhos de toda a gente.
Meu canto recusa a morte.
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António Salvado
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